Incorporação familiar, realizada por médicos e parentes próximos dos arquitetos, na sequência de vários projetos realizados para os mesmos, durante mais de cinquenta anos. O edifício Monte Carlo nasceu, do desejo dos proprietários, tradicionais veranistas da praia (proprietários de casa projetada por Moacyr Moojen Marques na década de 1960) e frequentadores assíduos da Sociedade de Amigos da Praia de Torres – SAPT, de realizar empreendimento em boa localização, próxima ao mar, aos molhes de Torres, ao Rio Mampituba (divisa com Santa Catarina), aos restaurantes da orla e contiguo ao clube, onde os compradores ganharam títulos. Neste prosaico contexto a arquitetura pretendida, almejou as soluções compactas e racionalizadas, pertinentes ao mercado imobiliário, pretendendo no entanto, extrair da condição de racionalidade e economia, valores diferenciados, ainda que sutis, como a boa ordenação da planta, transposição de áreas mínimas, obtenção de acesso ao terraço e visuais ao rio e mar, aproveitando interpretação das normas urbanísticas locais e incorporação da ideia de facade epaisse, dando profundidade as fachadas, de maneira e criar espaço poché entre esquadrias e venezianas e com isto propiciar sistema de controle de insolação abundante e iluminação natural mais eficaz. Com baixa altura e encostado nos vizinhos, o pequeno edifício, de fachadas venezianadas se relaciona amigavelmente com casas de veraneio e outros edifícios de apartamento, compondo tecido ameno de ocupação da cidade litorânea, ainda que presumidamente contemporâneo.

A familial real estate development, owned by a group of medical doctors and close relatives of the architects, following several other projects developed over a period of fifty years. The Monte Carlo building was born from a desire of the owners, traditional beach vacationers (and owners of a house designed previously by Moacyr Moojen Marques in the 1960s) and frequent visitors to the Society of Friends of the Beach of Torres (SAPT), to undertake a project in a good location close to the sea, the jetties of Torres, the Mampituba River (border with Santa Catarina state), to restaurants on the waterfront and adjacent to the club, where buyers of the apartment would also receive membership. In this prosaic context, compact and rationalized architectural solutions were sought, pertinent to the real estate market, but extracting from this condition of rationality and economy differentiated yet subtle values such as good ordering of the floor plans, surpassing of the minimum area requirements and a terrace with visuals to the river and the sea, taking advantage of interpretations of the local urban development norms and incorporating the idea of ​facade epaisse, giving depth to its facades, in an attempt to create a poché space between miters and shutters and in that way provide a system of control of the abundant insolation and more effective use of natural lighting. With a small height and built along its neighboring

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Sergio M. Marques, 2018